Duas palavras mágicas para quem trabalha com carteira assinada: férias e 13º salário. Com novembro acabando, a mágica do 13º salário vai começar a acontecer: colocar as contas em dia, investir para um projeto futuro ou ainda adquirir algum bem que estava nos planos, mas faltava dinheiro.
A pegadinha aqui, no entanto, é que dependendo da saúde financeira, apenas uma mágica pode ser possível e o objetivo deve ser claro: encerrar o ano com a conta no azul.
Em setembro, segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,2% das famílias estavam endividadas.
Daiane Alves, educadora financeira da fintech Neon, é enfática para o uso do 13º salário para essas famílias: quitar as dívidas. “Utilizar o 13º para zerar pendências financeiras é uma ótima oportunidade para começar o ano com o nome limpo e se reorganizar financeiramente”, reforça.
Ela ressalta ainda que, com o dinheiro em mãos, é possível ainda renegociar os valores devidos, podendo conseguir um desconto maior se o pagamento for feito à vista. “Nesse caso, pode até sobrar algum valor para investir para criar uma reserva de emergência ou mesmo em algum projeto ou produto que foi deixado de lado durante o ano e pode ser a hora de tirar esse sonho do papel”, pontua.
“Pagar as dívidas deve ser a prioridade, mas cada pessoa terá uma situação diferente que deverá ser analisada”, ressalta a educadora financeira. Nesse processo, há a possibilidade de “fatiar” o dinheiro e fazer um maior aproveitamento do 13º, sempre levando em consideração a situação financeira do momento.
Por exemplo, se a pessoa recebe R$ 3 mil e tem uma dívida de R$ 2 mil, o ideal é quitar 100% o débito, não sem antes negociar um bom desconto para o pagamento à vista.
Suponhamos que a renegociação rendeu um abatimento de 20% do valor total, vão sobrar R$ 1.800 para novos planos.
Nesse caso, o valor restante pode ser fatiado novamente, com uma parte voltada para investimento e outra para um consumo necessário, como um eletrodoméstico mais econômico.
Daiane pontua ainda que o “final de ano acaba sendo um momento de festividade, quando muitas pessoas são tomadas pelos sentimentos e querem aproveitar ao máximo, como se fosse possível se compensarem pelo ano que tiveram, seja ele bom ou ruim”.
E aí a tentação de gastar tudo é muito intensa.
“Apesar desse clima festivo, é preciso ser consciente e, antes de definir como utilizar esse valor, colocar no papel os possíveis gastos e quais deles são viáveis, sem comprometer todo o 13º e até mesmo parte do salário, para que não gere uma dor de cabeça para o próximo ano”, alerta.
Nesse sentido, Daiane lista algumas orientações para tirar o melhor proveito do 13º salário:
Autor: Laelya Longo
Fonte: Valor Investe
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